COMBATER O AZAR!
Desde sempre, o Homem deu mostras de querer conhecer e de querer controlar os acontecimentos, dos mais simples aos mais complexos. Foi assim no passado, é assim hoje e tudo está programado para garantir que assim seja amanhã...
O homem, por indicação da mulher, quis conhecer o sabor das «coisas boas», por isso sujeitou-se a comer o fruto proibido. Do acto resultou o conhecimento da sua nudez e por conseguinte das suas limitações e fragilidades. Desde esse momento o Homem tem trilhado uma via de procura incessante do conhecer e do saber de modo a que tenha sempre uma explicação até para o inexplicável.
Quando é possível explicar um fenómeno por via da demonstração racional, o ser humano com mais ou menos dificuldade curva-se perante o saber científico, pondo de lado o conhecimento comum e vulgar. A grande questão prende-se com a necessidade permanente de se preencher um vazio que a todo o custo não pode existir ainda que para tal tenha de adoptar uma explicação mítica ou sobrenatural.
A explicação dos fenómenos por via do sobrenatural tem sido recorrente e em alguns casos está de tal forma interiorizada que nem nos apercebemos da dimensão em que nos situamos.
Os séculos têm passado e com eles avança o progresso tecnológico, mas continuamos inexoravelmente a mover-nos e a situar-nos ora na dimensão real ora na dimensão metafísica, ou, se preferirmos, mais concretamente num limbo situado entre o real e o imaginário, povoado por alquimistas, bruxos, cartomantes e ao mesmo tempo por videntes, ídolos, santos e deuses.
Vêm-me estas ideias a propósito da forma como nos automóveis somos capazes de deixar transparecer as crenças, mitos e representações de cada um de nós quando ali transportamos ferraduras, figas, cornos, terços, imagens de santos, crucifixos, mas também dentes de alho, recipientes de terebintina ou de água benta, ramos de oliveira ou de alecrim benzidos, patas de coelho, sal, miniaturas de elefantes, terra de cemitério e outros de que o leitor já terá ouvido falar ou terá visualizado com os olhos que a terra há-de comer!
Toda a panóplia de objectos descritos, independentemente da sua natureza e dimensão, possuem a mesma função: – proteger do azar, nomeadamente, da possibilidade de ocorrência de um acidente rodoviário!
Em cada um de nós, enquanto condutor, existe uma perfeita consciência das causas de sinistralidade rodoviária, na Região Autónoma dos Açores, no país e no mundo. Porém existe uma dimensão causal, a mais profundamente relacionada com as culpas e responsabilidades individuais, que não cabe na esfera da nossa racionalidade, motivo pelo qual, não hesitámos em remetê-la para outro nível da compreensão humana. É aí que reside o azar, o mau olhado, a inveja, a bruxaria, a sorte ou falta dela, o castigo e a benção divina!
Todos quantos conduzimos temos a probabilidade de ter um acidente rodoviário. Esta é uma realidade irrefutável embora cada um tenha a capacidade de reduzir ou elevar essa probabilidade.
Não assumir as nossas incompetências, limitações e irresponsabilidades obriga-nos, ainda que inconscientemente, a transferir para a falta de sorte ou para o azar a culpa de termos um acidente e por isso faz sentido transportarmos no nosso veículo a motor amuletos e outros objectos. Quem o faz acredita que assim conquista a sorte, quando na realidade para a conquistar basta ter mais calma e conduzir mais devagar...
O homem, por indicação da mulher, quis conhecer o sabor das «coisas boas», por isso sujeitou-se a comer o fruto proibido. Do acto resultou o conhecimento da sua nudez e por conseguinte das suas limitações e fragilidades. Desde esse momento o Homem tem trilhado uma via de procura incessante do conhecer e do saber de modo a que tenha sempre uma explicação até para o inexplicável.
Quando é possível explicar um fenómeno por via da demonstração racional, o ser humano com mais ou menos dificuldade curva-se perante o saber científico, pondo de lado o conhecimento comum e vulgar. A grande questão prende-se com a necessidade permanente de se preencher um vazio que a todo o custo não pode existir ainda que para tal tenha de adoptar uma explicação mítica ou sobrenatural.
A explicação dos fenómenos por via do sobrenatural tem sido recorrente e em alguns casos está de tal forma interiorizada que nem nos apercebemos da dimensão em que nos situamos.
Os séculos têm passado e com eles avança o progresso tecnológico, mas continuamos inexoravelmente a mover-nos e a situar-nos ora na dimensão real ora na dimensão metafísica, ou, se preferirmos, mais concretamente num limbo situado entre o real e o imaginário, povoado por alquimistas, bruxos, cartomantes e ao mesmo tempo por videntes, ídolos, santos e deuses.
Vêm-me estas ideias a propósito da forma como nos automóveis somos capazes de deixar transparecer as crenças, mitos e representações de cada um de nós quando ali transportamos ferraduras, figas, cornos, terços, imagens de santos, crucifixos, mas também dentes de alho, recipientes de terebintina ou de água benta, ramos de oliveira ou de alecrim benzidos, patas de coelho, sal, miniaturas de elefantes, terra de cemitério e outros de que o leitor já terá ouvido falar ou terá visualizado com os olhos que a terra há-de comer!
Toda a panóplia de objectos descritos, independentemente da sua natureza e dimensão, possuem a mesma função: – proteger do azar, nomeadamente, da possibilidade de ocorrência de um acidente rodoviário!
Em cada um de nós, enquanto condutor, existe uma perfeita consciência das causas de sinistralidade rodoviária, na Região Autónoma dos Açores, no país e no mundo. Porém existe uma dimensão causal, a mais profundamente relacionada com as culpas e responsabilidades individuais, que não cabe na esfera da nossa racionalidade, motivo pelo qual, não hesitámos em remetê-la para outro nível da compreensão humana. É aí que reside o azar, o mau olhado, a inveja, a bruxaria, a sorte ou falta dela, o castigo e a benção divina!
Todos quantos conduzimos temos a probabilidade de ter um acidente rodoviário. Esta é uma realidade irrefutável embora cada um tenha a capacidade de reduzir ou elevar essa probabilidade.
Não assumir as nossas incompetências, limitações e irresponsabilidades obriga-nos, ainda que inconscientemente, a transferir para a falta de sorte ou para o azar a culpa de termos um acidente e por isso faz sentido transportarmos no nosso veículo a motor amuletos e outros objectos. Quem o faz acredita que assim conquista a sorte, quando na realidade para a conquistar basta ter mais calma e conduzir mais devagar...
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