FALTA DE REGULAÇÃO?
Sem que tenha havido, até ao presente, coragem política para se abordar o problema, com profundas responsabilidades políticas, da direita à esquerda, continua a ser mitigado o número de médicos em Portugal, provando-o o facto de tantos médicos espanhóis e do leste europeu terem encontrado com facilidade espaço para o exercício da actividade por cá, enquanto milhares de jovens ao longo de anos têm sido preteridos e obrigados a frequentar outros cursos por falta de vagas nas universidades portuguesas, tendo-se interiorizado que apenas os alunos de 19 podem ser médicos, fazendo de Portugal um caso singular.
Recentemente um psiquiatra espanhol, que exerce a sua actividade em Portugal e em Espanha em simultâneo, dizia-me que a situação que mais o choca no nosso país é o endeusamento e proteccionismo da classe médica, chegando mesmo a provocar-lhe dissonância cognitiva.
Para além do quadro descrito, como técnico de intervenção social, choca-me a pura especulação no exercício da medicina sem que ninguém tenha coragem de abordar a questão com a racionalidade que se exige. Como é possível que um determinado médico na cidade de Braga, no exercício da clínica privada, cobre por uma cirurgia com laser às cataratas, 530 euros, e em Ponta Delgada, um médico igualmente no exercício da clínica privada cobre pela mesma operação 2.200 euros, quando a comparticipação do Estado para tal cirurgia se cifre nos 180 euros?
Recentemente um médico que se dedica às alergias cobrava 50 euros por consulta. Durante a consulta, fazia ao utente o diagnóstico das alergias sem qualquer outro custo. Agora esse mesmo médico cobra 55 euros por consulta e deixou de fazer o diagnóstico das alergias com a argumentação de que não tem tempo. Envia o paciente para um consultório onde existem umas enfermeiras que fazem o dito diagnóstico a troco de 150 euros.
Num período em que tanto se tem falado na falência da auto-regulação do mercado, será que perante o cenário traçado alguém deste país tem coragem de lutar contra o aburguesamento do exercício da medicina em Portugal e levar os médicos a respeitar o verdadeiro sentido do juramento de Hipócrates?!
Recentemente um psiquiatra espanhol, que exerce a sua actividade em Portugal e em Espanha em simultâneo, dizia-me que a situação que mais o choca no nosso país é o endeusamento e proteccionismo da classe médica, chegando mesmo a provocar-lhe dissonância cognitiva.
Para além do quadro descrito, como técnico de intervenção social, choca-me a pura especulação no exercício da medicina sem que ninguém tenha coragem de abordar a questão com a racionalidade que se exige. Como é possível que um determinado médico na cidade de Braga, no exercício da clínica privada, cobre por uma cirurgia com laser às cataratas, 530 euros, e em Ponta Delgada, um médico igualmente no exercício da clínica privada cobre pela mesma operação 2.200 euros, quando a comparticipação do Estado para tal cirurgia se cifre nos 180 euros?
Recentemente um médico que se dedica às alergias cobrava 50 euros por consulta. Durante a consulta, fazia ao utente o diagnóstico das alergias sem qualquer outro custo. Agora esse mesmo médico cobra 55 euros por consulta e deixou de fazer o diagnóstico das alergias com a argumentação de que não tem tempo. Envia o paciente para um consultório onde existem umas enfermeiras que fazem o dito diagnóstico a troco de 150 euros.
Num período em que tanto se tem falado na falência da auto-regulação do mercado, será que perante o cenário traçado alguém deste país tem coragem de lutar contra o aburguesamento do exercício da medicina em Portugal e levar os médicos a respeitar o verdadeiro sentido do juramento de Hipócrates?!
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