ANIMAR A MALTA!
Declarações do actual Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, sobre algumas das questões criminais que têm alimentado a comunicação social nos últimos tempos remetem-nos para a necessidade séria de realização de uma profunda reflexão sobre o que tem sido feito nesta matéria e o que efectivamente importa fazer.
Para não falar nos tópicos do costume, chavões que todos sabem de cor e salteado, acho particularmente pertinente a leviandade com que são proferidas algumas declarações.
Se o assunto não fosse demasiado sério, atrever-me-ia a afirmar que algumas coisas são ditas apenas para entreter, ou, como alguém disse: «para animar a Malta», porque isso é o que faz falta!
Senão reparem! Quando inquirido sobre o aumento de 10,8% da criminalidade violenta e de 7,5% da criminalidade geral, a nível nacional, em 2008 em relação a 2007, Rui Pereira, como forma de minimizar a situação, respondeu: «durante o Verão houve um aumento da criminalidade, sobretudo a violenta e grave, mas no último trimestre houve uma quebra pronunciada [graças à] resposta dada [através de uma] presença massiva, visível e forte das forças de segurança no terreno».
Muito bem! Posso e quero acreditar nisto! Todavia, sou também obrigado a acreditar no que qualquer cidadão pode descodificar na sequência daquela explicação. Ou seja, se a criminalidade no quarto trimestre de 2008 diminuiu devido à intervenção das forças de segurança no terreno, então é legítimo pensar-se que o aumento da criminalidade nos primeiros três trimestres de 2008 foi devido à falta de intervenção dessas mesmas forças de segurança!
Se assim é, por que motivo foi necessário decorrerem três trimestres com a criminalidade a aumentar para se tomar medidas eficazes só no quarto trimestre? Quem foi afinal o responsável por isto?
É inacreditável a forma como «reputados especialistas» nos brindam com explicações tão simplistas para a evolução da criminalidade, no caso, até foi responsável pela mais recente reforma das leis penais.
No meio de tudo isto, há apenas uma dúvida calamitosa que não me sai da cabeça: se para se controlar o fenómeno criminal as medidas são assim tão fáceis e tão simples, para que precisamos de Ministros inteligentes?
Para não falar nos tópicos do costume, chavões que todos sabem de cor e salteado, acho particularmente pertinente a leviandade com que são proferidas algumas declarações.
Se o assunto não fosse demasiado sério, atrever-me-ia a afirmar que algumas coisas são ditas apenas para entreter, ou, como alguém disse: «para animar a Malta», porque isso é o que faz falta!
Senão reparem! Quando inquirido sobre o aumento de 10,8% da criminalidade violenta e de 7,5% da criminalidade geral, a nível nacional, em 2008 em relação a 2007, Rui Pereira, como forma de minimizar a situação, respondeu: «durante o Verão houve um aumento da criminalidade, sobretudo a violenta e grave, mas no último trimestre houve uma quebra pronunciada [graças à] resposta dada [através de uma] presença massiva, visível e forte das forças de segurança no terreno».
Muito bem! Posso e quero acreditar nisto! Todavia, sou também obrigado a acreditar no que qualquer cidadão pode descodificar na sequência daquela explicação. Ou seja, se a criminalidade no quarto trimestre de 2008 diminuiu devido à intervenção das forças de segurança no terreno, então é legítimo pensar-se que o aumento da criminalidade nos primeiros três trimestres de 2008 foi devido à falta de intervenção dessas mesmas forças de segurança!
Se assim é, por que motivo foi necessário decorrerem três trimestres com a criminalidade a aumentar para se tomar medidas eficazes só no quarto trimestre? Quem foi afinal o responsável por isto?
É inacreditável a forma como «reputados especialistas» nos brindam com explicações tão simplistas para a evolução da criminalidade, no caso, até foi responsável pela mais recente reforma das leis penais.
No meio de tudo isto, há apenas uma dúvida calamitosa que não me sai da cabeça: se para se controlar o fenómeno criminal as medidas são assim tão fáceis e tão simples, para que precisamos de Ministros inteligentes?
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