CUIDADO!!!

Tal como havia preconizado Spencer, as sociedades são evolutivas, dinâmicas e possuem vidas próprias e diferenciadas. As problemáticas que enfrentam em cada momento são distintas embora não estanques. É possível encontrar-se num determinado momento e numa determinada sociedade novas problemáticas a coexistirem com problemáticas mais ou menos antigas.

A criminalidade é, entre os fenómenos sociais, um dos mais demonstrativos da evidência enunciada. Da análise da criminalidade de uma determinada sociedade podemos identificar o estádio de desenvolvimento em que se encontra, as práticas do passado, bem como a tendência de evolução no futuro.

É recorrente dizer-se, e eu próprio já várias vezes o referi neste espaço: tudo o que acontece nas demais regiões, mais tarde ou mais cedo chega aos Açores!

Esta semana, o episódio da ocorrência de uma tentativa de assalto a uma caixa de multibanco na cidade da Horta é bem demonstrativo da materialização daquilo de que falamos.

Logicamente que as práticas são condicionadas pela vivência no meio. Não é por acaso que nunca nenhum assaltante de bancos nos Açores ficou por identificar. Não é por acaso que os supostos assaltantes da caixa de multibanco da Horta foram tão rapidamente identificados e levados perante a justiça.

Agir preventivamente consiste em informarmo-nos sobre o que vai acontecendo noutras regiões sem o desvalorizar por ser algo que nunca aconteceu por cá. Agir preventivamente é, perante o conhecimento e estudo científico das problemáticas, desenvolverem-se e implementarem-se medidas para se evitar determinados comportamentos.

O retardamento que existe entre a ocorrência de determinados fenómenos nas demais regiões e a sua chegada aos Açores deve ser entendido como uma vantagem ao nível da prevenção. Para isto é fundamental que se ouça e se envolva todos quantos podem dar um contributo à segurança. Ninguém pode ficar à margem. Ninguém é tão insignificante que possa ser ignorado, nem ninguém é tão conhecedor dos modos e formas de intervenção que possa dispensar os pareceres e as opiniões dos demais. Ou melhor, poder até pode! Mas não deve se está verdadeiramente interessado na segurança dos demais.

Para finalizar apenas posso chamar a atenção para a forma como a criminalidade violenta está a coexistir entre nós com outras formas de criminalidade mais tradicionais sem que se tenha pensado num verdadeiro plano de intervenção para a erradicar…