SPREAD’S E «VENDA DE PRODUTOS»

Esta prática de reflectir, estudar e escrever sobre questões associadas à segurança tem feito com que de modo recorrente sejamos abordados na via pública no sentido de nos questionarem sobre este ou aquele assunto directa ou indirectamente relacionado com o tema, às vezes, passando até só por um simples desabafo.

Claro que nem sempre temos disponibilidade, porque estamos atrasados, porque temos um compromisso, mas lá se tem gerido as abordagens de modo a que se consiga satisfazer minimamente os anseios das pessoas; como compreenderão nem sempre é fácil.

Por vezes as abordagens são bastante interessantes em termos reflexivos, dando a oportunidade de se ver o problema através do próprio olhar da pessoa vendo-se o que está para além da superfície captável através do simples olhar do observador.

Tudo isto para vos dizer que esta semana fomos abordados por duas vezes, por pessoas completamente distintas sobre o mesmo assunto. Depois de uma prospecção bancária para apurarem quem apresentava as melhores condições ao nível da concepção de crédito para a aquisição de habitação própria, optaram por uma determinada instituição. Passado algum tempo foram informadas, através de missiva, de que o empréstimo tinha sido concedido, sem qualquer referência à taxa de juros ou de spread’s. Quando se dirigiram à instituição para dar seguimento ao processo foram informados pelos funcionários que os atenderam da necessidade de subscreverem um Plano de Poupança e Reforma para conseguirem um spread de 0,5, o que os indignou.

Sabendo-se que tais práticas não são permitidas, infelizmente instituições há que não desistem e concedem até prémios aos funcionários em função do número de produtos/serviços vendidos nomeadamente cartões visa, plano de poupança e reforma, seguros (…).

É conveniente que as pessoas não se deixem enganar por aquilo que os banqueiros chamam de práticas de fidelização de clientes, quando deveriam chamar estratégias de marketing agressivo, enganador e a roçar a burla. Nestas situações não se esqueçam de reclamar por escrito pois são de todo comportamentos reprováveis e com uma tendência clara de serem sempre um benefício para a respectiva instituição bancária e não para o cliente.

Fica a promessa de na próxima vez que tiver conhecimento de uma destas situações escrever novamente sobre o assunto neste mesmo espaço, mas divulgando o nome da instituição bancária bem como o nome dos funcionários envolvidos e depois, depois seja o que Deus quiser…