OBSERVATÓRIO PARA AS DESIGUALDADES PRECISA-SE!

Desde que me lembro, têm sido inúmeras as referências às desigualdades sociais, às diferenças entre ricos e pobres e ao aumento sistemático do fosso entre os mais ricos e os mais pobres em todo o país.
É inegável que têm sido desenvolvidos alguns esforços no sentido de se combater tal fenómeno. A aposta na formação, o rendimento social de inserção, os muitos apoios sociais, o projecto EFTA, desenvolvido em Rabo de Peixe, são muitas das demonstrações de tal esforço, contudo hoje estamos perante um dilema: será que os resultados de tais esforços estão a produzir os efeitos que se pretende? Será que as estratégias que têm sido desenvolvidas para além da visibilidade e notoriedade que conferem à problemática e aos autores, normalmente políticos, são as adequadas?
Para além da legitimidade consensual do combate à pobreza, é um facto que tais medidas possuem um carácter populista e eleitoralista, conferindo benefícios aos detentores de poder. A Grandeza do combate à pobreza facilmente apaga as tentativas de aproveitamento e constitui mesmo um incentivo para que se continue tal esforço, exigindo uma intervenção cada vez mais sistematizada, fundamentada e sem medidas avulsas.
Por tudo isto defendo que nunca fez tanto sentido a criação de um observatório para as desigualdades, em particular nos Açores, no sentido de ano após ano se avaliar o que está a ser feito bem como o seu impacto.
Em nome do verdadeiro combate à pobreza, às desigualdades sociais e em nome da rentabilização dos recursos não podemos andar eternamente a atirar dinheiro sobre os problemas e a implementar medidas de «olhos vendados». Estou certo de que através de uma melhor articulação de medidas e consequente avaliação sistemática podemos fazer muito mais do que tem sido feito com a finalidade de se criar uma sociedade mais justa e mais igualitária!
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