A CHAVE DA SAÚDE

Comemorou-se, no passado dia 7 de Abril, mais um «Dia Mundial da Saúde». Nos Açores, a tutela optou, e bem, por associar as comemorações às escolas, com um conjunto de iniciativas a fim de chamar a atenção para a importância do assunto.

A história da espécie humana está preenchida pela busca constante da felicidade, ou, no dizer dos filósofos, da ataraxia. Por outro lado a existência da felicidade no indivíduo sempre esteve profundamente ligada ao respectivo estado de saúde física e mental.

Dito deste modo, parece que as sociedades são consensuais tal como preconizou Travis Hirschi. Mas, na realidade, não o são e, na nossa óptica, nunca como na actualidade foram tão visíveis as contradições e antagonismos existentes nas mais diferentes áreas, onde a saúde não é excepção, nem o próprio conceito de felicidade.

Nunca como na actualidade se investiu tanto em saúde e nunca como na actualidade se cometeram tantos excessos a nível alimentar. Nunca se investiu tanto em ginásios como na actualidade e ao mesmo tempo nunca fomos tão sedentários como somos, nem nunca a população, em particular no mundo ocidental, foi tão obesa.

Recordando o tempo dos bancos das escolas, da minha geração, quase todas as crianças eram magras e ser obeso era singularidade merecedora dos mais diversos epítetos estigmatizantes. Em trinta anos a realidade alterou-se completamente e hoje não ser obeso é quase excepção punida e reprovada.

Contradições profundas, difíceis de sanar e que minimizando efeitos da coacção física e psicológica só através da formação e consciencialização dos mais novos será possível inverter.

Temos ouvido de forma recorrente apontar-se a formação como chave dos mais diversos problemas sociais. Até já houve quem defendesse que apontar para a solução da formação é não querer fazer nada! Tal argumentação até pode fazer algum sentido, mas não é rigorosa. Em boa verdade investir em formação é um investimento geracional, todavia não produz efeitos imediatos, mas sim a médio/longo prazo.

A procura de resultados imediatos é outra conversa e encontrá-los efectivamente depende de cada um de nós na preocupação com uma vida saudável, minimizando comportamentos de risco, não cometendo excessos, fazendo uma alimentação equilibrada e praticando actividades físicas.

A comemoração do Dia Mundial da Saúde devia, acima de tudo, recordar-nos a nossa condição e que além de termos de formar/educar os mais novos temos permanentemente que ser modelos em todas as circunstâncias, em nome da preservação da saúde e da busca da felicidade!