A DEBANDADA DOS DEPUTADOS!
A semana política ficou marcada pelo caso dos deputados que abandonaram a Assembleia da República Portuguesa mais cedo para irem gozar, pelos vistos, umas merecidas férias.
Os «bons rapazes» lá da Assembleia ficaram aborrecidos com a comunicação social que foi acusada de ter empolado a situação, dando demasiado enfoque ao sucedido, sendo mesmo considerada por alguns deles uma situação banal e sem importância de maior.
É verdade, se calhar os «bons rapazes» até têm razão e o caso não tem importância nenhuma se comparado com outros casos que eles sabem e nós não!
De todo este hilariante quadro, o que mais nos espantou foram as múltiplas reacções por parte dos actores de toda esta comédia. É natural que um qualquer incumpridor se esforce em desvalorizar a gravidade do seu comportamento, principalmente quando é alvo de reprovação ou de censura social, como são naturais as reacções de intolerância por parte de quem espera dos «bons rapazes» bons exemplos.
Paulo Portas, um dos faltosos, justificou o seu comportamento com o facto de o assunto que estava para votação não lhe interessar. Até tem razão, na nossa vida profissional, apenas devemos fazer e participar naquilo que nos interessa isto já para não falar nas nossas vidinhas pessoais!
As reacções mais sublimes em relação ao incidente vieram de Guilherme Silva e de Narana Coisseró culpabilizando o responsável pelo agendamento de votações na semana da Páscoa. Sem qualquer dúvida que foi a melhor reacção possível e a mais inteligente de todas para justificar que 107 deputados, cinquenta do PSD, quarenta e nove do PS, cinco do CDS, dois do PCP e um do Bloco de Esquerda, numa total falta de ética, tenham assinado o ponto e de seguida tenham dado de «frosques» quem sabe para ir comprar umas amendoazitas para as namoradas, esposas, mães, filhos e afilhados...
Somos tentados a admitir que a culpa não foi de quem agendou e não suspendeu os trabalhos na semana da Páscoa, mas sim de quem, votando, permitiu que aqueles 107 senhores tivessem sido eleitos deputados. Esta é que teria sido a verdadeira justificação para o sucedido, porque, segundo consta, aquela coisa de assinar o ponto e ir «dar uma volta» é prática mais ou menos comum, não sendo é frequente irem tantos de uma só vez como se verificou desta feita.
Então durante a semana da Páscoa os portugueses não trabalham? Já se esqueceram da necessidade de redução das férias judiciais? Já se esqueceram da necessidade de aumentar a produtividade dos portugueses? Bem sabemos que essa questão da necessidade de aumento da produtividade é só para aqueles que já produzem alguma coisita. Os outros como não produzem nada e vivem à custa dos que produzem qualquer coisita não têm de se preocupar...
Esteve bem Jaime Gama ao afirmar, na sessão de abertura do colóquio sobre «Ética e Política», no Parlamento, citando um pensador norte-americano, que «os legisladores devem fazer as leis e não quebrá-las» num claro desafio à necessidade de se credebilizar a classe política portuguesa.
Bom na realidade até temos de desculpar os nossos «bons rapazes», porque aqueles comportamentos acabam por espelhar o que se passa por esse país fora em muitos dos organismos estatais onde não é exercido qualquer controlo sobre o que se faz ou deixa de fazer. Ainda há poucos meses fizemos uma deslocação à cidade de Lisboa para uma reunião num organismo público. O responsável máximo com quem tínhamos agendada a reunião para as 10H00 compareceu às 11H20, na maior das calmas. Três dos quatro técnicos superiores com quem era suposto trocarmos algumas impressões, embora fosse suposto estarem nas instalações, tinham ido tratar de coisas das suas vidinhas!
Como costumava dizer um velho amigo: - Que Grande Nação!
Os «bons rapazes» lá da Assembleia ficaram aborrecidos com a comunicação social que foi acusada de ter empolado a situação, dando demasiado enfoque ao sucedido, sendo mesmo considerada por alguns deles uma situação banal e sem importância de maior.
É verdade, se calhar os «bons rapazes» até têm razão e o caso não tem importância nenhuma se comparado com outros casos que eles sabem e nós não!
De todo este hilariante quadro, o que mais nos espantou foram as múltiplas reacções por parte dos actores de toda esta comédia. É natural que um qualquer incumpridor se esforce em desvalorizar a gravidade do seu comportamento, principalmente quando é alvo de reprovação ou de censura social, como são naturais as reacções de intolerância por parte de quem espera dos «bons rapazes» bons exemplos.
Paulo Portas, um dos faltosos, justificou o seu comportamento com o facto de o assunto que estava para votação não lhe interessar. Até tem razão, na nossa vida profissional, apenas devemos fazer e participar naquilo que nos interessa isto já para não falar nas nossas vidinhas pessoais!
As reacções mais sublimes em relação ao incidente vieram de Guilherme Silva e de Narana Coisseró culpabilizando o responsável pelo agendamento de votações na semana da Páscoa. Sem qualquer dúvida que foi a melhor reacção possível e a mais inteligente de todas para justificar que 107 deputados, cinquenta do PSD, quarenta e nove do PS, cinco do CDS, dois do PCP e um do Bloco de Esquerda, numa total falta de ética, tenham assinado o ponto e de seguida tenham dado de «frosques» quem sabe para ir comprar umas amendoazitas para as namoradas, esposas, mães, filhos e afilhados...
Somos tentados a admitir que a culpa não foi de quem agendou e não suspendeu os trabalhos na semana da Páscoa, mas sim de quem, votando, permitiu que aqueles 107 senhores tivessem sido eleitos deputados. Esta é que teria sido a verdadeira justificação para o sucedido, porque, segundo consta, aquela coisa de assinar o ponto e ir «dar uma volta» é prática mais ou menos comum, não sendo é frequente irem tantos de uma só vez como se verificou desta feita.
Então durante a semana da Páscoa os portugueses não trabalham? Já se esqueceram da necessidade de redução das férias judiciais? Já se esqueceram da necessidade de aumentar a produtividade dos portugueses? Bem sabemos que essa questão da necessidade de aumento da produtividade é só para aqueles que já produzem alguma coisita. Os outros como não produzem nada e vivem à custa dos que produzem qualquer coisita não têm de se preocupar...
Esteve bem Jaime Gama ao afirmar, na sessão de abertura do colóquio sobre «Ética e Política», no Parlamento, citando um pensador norte-americano, que «os legisladores devem fazer as leis e não quebrá-las» num claro desafio à necessidade de se credebilizar a classe política portuguesa.
Bom na realidade até temos de desculpar os nossos «bons rapazes», porque aqueles comportamentos acabam por espelhar o que se passa por esse país fora em muitos dos organismos estatais onde não é exercido qualquer controlo sobre o que se faz ou deixa de fazer. Ainda há poucos meses fizemos uma deslocação à cidade de Lisboa para uma reunião num organismo público. O responsável máximo com quem tínhamos agendada a reunião para as 10H00 compareceu às 11H20, na maior das calmas. Três dos quatro técnicos superiores com quem era suposto trocarmos algumas impressões, embora fosse suposto estarem nas instalações, tinham ido tratar de coisas das suas vidinhas!
Como costumava dizer um velho amigo: - Que Grande Nação!