VALORIZAR AS EFEMÉRIDES...
Comemorou-se esta semana, que agora finda, mais concretamente no dia 21 de Março, o Dia Mundial do Sono, o Dia Mundial da Poesia, mas também do Ambiente, da Árvore, da Floresta e da Água, já para não falar no facto de colectivamente e de forma natural o associarmos à Primavera por ser o primeiro dia do ciclo da vida que em cada ano irrompe!
Até parece anedótico que existam tantos dias do ano sem que sejam dedicados a esta ou àquela causa, a este ou àquele assunto, e se concentre num só dia tantas efemérides, acabando por haver uma clara desvalorização de algumas das vertentes que se pretende recordar, valorizar e preservar.
Com uma boa dose de imaginação até somos capazes de relacionar o sono com a poesia, com o ambiente, com a primavera, com a árvore, com a floresta e com a água. Com estes elementos até somos capazes de inventar uma estória, com água da ribeira a correr cintilante, serpenteando por entre a densa e verdejante floresta, onde o poeta movido pelo sonho dá cor à Primavera com os seus versos...mas, não é aí que reside o problema.
O problema de tantas efemérides num só dia resulta do facto de a agenda dos órgãos de comunicação social ser fortemente condicionada pelas efemérides assinaladas no calendário. Ora como só uma vez por ano os assuntos são recordados a menos que surja uma catástrofe, tal concentração demonstra falta de imaginação, um desperdício da capacidade de consciencialização social dos média, portanto em síntese: – um péssimo serviço às causas por mais ou menos importantes que sejam.
Alguns dirão que não faz qualquer sentido assinalar efeméride nenhuma, outros argumentam que determinadas efemérides não fazem sentido, como por exemplo o Dia Internacional da Mulher quando não existe um Dia Internacional do Homem! Trata-se de uma falsa argumentação e na realidade a comemoração de uma efeméride, apesar de ser um só dia do ano, projecta a causa e permite uma sensibilização excelente fruto da mediatização de que é alvo. De contrário dificilmente teria projecção, por exemplo, num horário televisivo nobre.
Pena é que, tal como a Igreja, que atribuiu a cada dia da semana um Santo, como forma de ser recordado e venerado, independentemente do consenso internacional ou mundial, a nível nacional e especificamente nos Açores não se faça uma distribuição mais equilibrada das efemérides em que se assinalam temas com forte impacto social.
Se desconcentrássemos os elementos que se assinalam no dia 21 de Março, talvez se plantassem mais árvores ao longo do ano, talvez se desse outra atenção aos recursos hídricos, mas também à poesia e ao sono.
O sono não deveria ser assinalado no dia 21 de Março nem tão pouco na Primavera, mas sim no Outono ou no Inverno. A poesia poderia ser perfeitamente comemorada em Julho, Dezembro ou Janeiro, meses em que anualmente aumenta a prática da violência. A água deveria ser assinalada em final de Julho ou Agosto, meses em que se torna mais escassa e com maior capacidade de impacto a mensagem de que é preciso poupá-la.
O Ambiente, embora seja daqueles motivos que devem ser comemorados todos os dias do ano, nos Açores, deveria ser comemorado em Setembro ou Outubro, meses em que as chuvas fortes fazem transbordar as ribeiras e alertam para a falta de limpeza das mesmas...No continente, seria nos meses de Verão por causa dos incêndios...
Tudo não passa de uma questão de racionalidade e de rentabilização da mensagem, mas que as efemérides dão jeito às causas, lá isso dão!
Até parece anedótico que existam tantos dias do ano sem que sejam dedicados a esta ou àquela causa, a este ou àquele assunto, e se concentre num só dia tantas efemérides, acabando por haver uma clara desvalorização de algumas das vertentes que se pretende recordar, valorizar e preservar.
Com uma boa dose de imaginação até somos capazes de relacionar o sono com a poesia, com o ambiente, com a primavera, com a árvore, com a floresta e com a água. Com estes elementos até somos capazes de inventar uma estória, com água da ribeira a correr cintilante, serpenteando por entre a densa e verdejante floresta, onde o poeta movido pelo sonho dá cor à Primavera com os seus versos...mas, não é aí que reside o problema.
O problema de tantas efemérides num só dia resulta do facto de a agenda dos órgãos de comunicação social ser fortemente condicionada pelas efemérides assinaladas no calendário. Ora como só uma vez por ano os assuntos são recordados a menos que surja uma catástrofe, tal concentração demonstra falta de imaginação, um desperdício da capacidade de consciencialização social dos média, portanto em síntese: – um péssimo serviço às causas por mais ou menos importantes que sejam.
Alguns dirão que não faz qualquer sentido assinalar efeméride nenhuma, outros argumentam que determinadas efemérides não fazem sentido, como por exemplo o Dia Internacional da Mulher quando não existe um Dia Internacional do Homem! Trata-se de uma falsa argumentação e na realidade a comemoração de uma efeméride, apesar de ser um só dia do ano, projecta a causa e permite uma sensibilização excelente fruto da mediatização de que é alvo. De contrário dificilmente teria projecção, por exemplo, num horário televisivo nobre.
Pena é que, tal como a Igreja, que atribuiu a cada dia da semana um Santo, como forma de ser recordado e venerado, independentemente do consenso internacional ou mundial, a nível nacional e especificamente nos Açores não se faça uma distribuição mais equilibrada das efemérides em que se assinalam temas com forte impacto social.
Se desconcentrássemos os elementos que se assinalam no dia 21 de Março, talvez se plantassem mais árvores ao longo do ano, talvez se desse outra atenção aos recursos hídricos, mas também à poesia e ao sono.
O sono não deveria ser assinalado no dia 21 de Março nem tão pouco na Primavera, mas sim no Outono ou no Inverno. A poesia poderia ser perfeitamente comemorada em Julho, Dezembro ou Janeiro, meses em que anualmente aumenta a prática da violência. A água deveria ser assinalada em final de Julho ou Agosto, meses em que se torna mais escassa e com maior capacidade de impacto a mensagem de que é preciso poupá-la.
O Ambiente, embora seja daqueles motivos que devem ser comemorados todos os dias do ano, nos Açores, deveria ser comemorado em Setembro ou Outubro, meses em que as chuvas fortes fazem transbordar as ribeiras e alertam para a falta de limpeza das mesmas...No continente, seria nos meses de Verão por causa dos incêndios...
Tudo não passa de uma questão de racionalidade e de rentabilização da mensagem, mas que as efemérides dão jeito às causas, lá isso dão!