A QUEDA DE CONSTÂNCIO
Oliveira e Costa, ao ser ouvido na comissão de inquérito da Assembleia da República e apesar de aparentemente ter conferido algum folgo a Vítor Constâncio, ao afirmar que o Banco de Portugal controlou o BPN até em excesso, acabou por confirmar que tudo está em desmoronamento.
Numa clara contradição que já ninguém pode levar a sério, é por demais evidente que o Banco de Portugal falhou a toda a linha. Se houve excesso de controlo do BPN pelo Banco de Portugal, como foi possível ter aquele banco chegado ao ponto a que chegou?
Muito para além das contradições expressas, o mérito da audição de Oliveira e Costa salda-se pela demonstração daquilo que já se sabia. Tanto Dias Loureiro como Victor Constâncio não tinham condições para continuar nos cargos que ocupavam!
Dias Loureiro, em prenúncio de um calvário que tem pela frente e em nome da dignidade, teve a hombridade de se demitir, enquanto Vítor Constâncio, feito um náufrago, se mantém agarrado com unhas e dentes a um tronco à deriva. Pelos vistos a hombridade que teve Dias Loureiro está a faltar a Vítor Constâncio e segundo os dados disponíveis até já a própria bancada parlamentar socialista, tardiamente, começou a ver que não é possível sustentar o insustentável.
A história tem razões que a razão desconhece, ou, como diz o povo, «tem coisas do arco da velha»! Constâncio, que num claro favor ao Partido Socialista, no início da actual legislatura, profundamente criticado por excesso de rigor pela questão das décimas, por ter elaborado um relatório sobre as contas do Estado e que serviu de fundamentação ao mais duro pacote de restrições à classe média, por parte de um governo na história recente de Portugal, vê-se agora a braços com a perda de credibilidade até junto daqueles que mais lhe devem por falta de rigor.
É Obra!